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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Como manter vivos os alevinos de Betta

Como manter vivos os alevinos de Betta

Hoje em dia tornou-se muito comum ouvirmos certas conversas em lojas de aquários, iniciantes que adquirem um casal de Betta e que pretendendo cruzá-los, indagam ao lojista (que nem sempre sabe como) de que maneira devem proceder.
Geralmente a resposta é a de que, fazê-los cruzar é fácil, sendo o difícil manter os alevinos vivos até a fase adulta.

Embora o assunto seja super abordado em inúmeros artigos de revistas de aquariofilia, e que já tenha sido editado em nossa língua um livro específico de autoria do mestre Alex Damázio, poucos são os que lêem, alguns por não se interessarem, outros por não saberem que tais literaturas ao menos existam (os lojistas deveriam fazer mais propaganda de nossas revistas e livros).

Mas, e como deverá o iniciante agir?
Primeiramente deverá adquirir um bom e bonito casal (matrizes) de algum criador conceituado, com idade máxima de 6 meses e mínima de 3.
Deverá durante 15/60 dias (conforme a idade) alimentá-los com uma grande variedade de alimentos vivos (tubifex, artêmias, enquitréias, larvas de mosquito, etc.) Neste período deverá ir preparando uma cultura de infusórios, pois quando os filhotes nascerem, em seu terceiro dia de vida deverão começar a ser alimentados com eles. (receita no artigo alimentos vivos (revista nr. 18).

Vamos supor que o iniciante saiba como cruzar o casal e que a fêmea terminou agora de desovar, indo esconder-se do lado oposto ao do ninho. O que deverá fazer a seguir?
Retire a fêmea e a introduza em um pote de vidro cheio com água do pró prio aquário utilizado para a reprodução, acrescente uma ou duas gotas de um bom parasiticida, alimente-a com alimentos vivos. Ela deverá permanecer neste vidro pelo período mínimo de 48 horas em observação, é só depois de constatado que ela está bem e que deverá devolvê-la ao aquário de onde a retirou para o cruzamento.

Sifone então (com muito cuidado para não estragar o ninho, prejudicando assim os ovos) o fundo do aquário de reprodução para retirar eventuais sujei-rinhas que poderão nele estar depositadas. Aproveite esta sifonagem e baixe o nível de água para de 5 a 7 cm de altura.
Isto diminuirá a pressão da água sobre os alevinos que dentro de 24/36 horas começarão a nascer.
Feito isto, tampe o aquário, recoloque sobre a tampa a luminária (com uma ou duas lâmpadas incandescentes de 15 watts) que deverá permanecer acessa ininterruptamente, até os alevinos completarem 25/30 dias de vida.
Agindo assim estará criando uma camada de ar quente sobre a superfície da água, a qual protegerá os alevinos, que por volta de 20o. / 28o. dia de vida irão começar a dar suas primeiras goladas de ar exterior, de serem contaminados pelo íctio.

Bom, continuando...
Não deverá mais mexer no aquário e dentro de 6/12 horas irá notar que o macho que, incansável e ininterruptamente, cuida do ninho, o terá aumentado e espalhado os ovos por todo ele.
Se não os procurar cuidadosamente não os verá, e irá imaginar que tenham sumido, ou que o macho os tenha devorado, mas não se preocupe se não os conseguir enxergar, eles estão todos no ninho sendo cuidados por alguém de muita confiança, o futuro pai, que defende seus futuros filhos ferozmente.
Ele os espalha (os ovos) por todo o ninho, para poderem receber maior quantidade de oxigênio.

Passadas 24/48 horas da postura dos ovos, começarão a nascer os primeiros alevinos. Eles ficam dependurados sob o ninho, alguns caem dele, o macho passa a resgatá-los no fundo, trazendo-os na boca de volta ao ninho (olhe bem, eles são muito pequeninos).
No dia seguinte irá notar que o ninho começa a diminuir e que o número dos que caem ao fundo é muito grande (dezenas e dezenas), a partir de então o macho não consegue mais consertar o ninho enquanto tenta apanhar todos os seus filhos que caem ao fundo.
Geralmente no terceiro dia de vida dos alevinos, quando alguns começam a nadar em posição horizontal e outros permanecem como que grudados nos vidros do aquário, o ninho não mais existe ou estará bem pequeno, indicando que já consumiram praticamente todo alimento contido no saco vitelino, e que estão prontos para a primeira refeição.

Nesta hora retire o macho, utilizando uma das mãos, evite o uso de redinhas pois poderia arrastar junto muitos filhotes, que morreriam na certa.
Retirando o macho, instale uma pedra ligada a um compressor de ar, regule o fluxo de saída de ar para que dela saiam apenas poucas bolhas, que movimentem suavemente a superfície da água.
Enquanto o Labirinto ainda não estiver formado, os alevinos respiram exclusivamente via branqueas, utilizando o oxigênio dissolvido na água, por este motivo deve utilizar a aeração por intermédio de pedra porosa, para que haja troca de gases aumentando a concentração de oxigênio dissolvido na água e diminuindo a de gás carbônico.

O labirinto começa a se formar por volta de 15o. dia, ficando totalmente formado por volta do 30o. dia.
Neste mesmo dia (no 3o. ), deverá começar a servir os infusórios que deverão ser ministrados duas vezes ao dia (manhã e noite), uma colher de sopa por vêz. Chegado o quinto dia dos jovens betinhas, deverá acrescentar microvermes, misturados no caldo de infusórios. à partir do 8o. dia o cardápio passará a ser composto apenas por naúplios de artêmia salina recém nascidos até que completem trinta dias, quando poderá acrescentar tubifex picado e patê em uma das refeições.

A partir do 10o. dia comece a acrescentar água descansada no aquário, meio litro por dia até completar a capacidade total do aquário, quando deverá instalar
no lugar da pedra porosa, um filtro de espuma ou mecânico.
Ao completarem 60/70 dias poderá começar a separar os machos, introduzindo-os separadamente em potes de vidro com capacidade para meio litro de água, que deverá ser descansada de neutra a alcalina (pH 7 a 7,2).

As fêmeas deverão permanecer juntas em um mesmo aquário, na proporção de uma para cada litro de água. Uma vêz por semana deve sifonar as sujeirinhas do fundo deste aquário e trocar 20% de sua água. Utilize um filtro de espuma para ajudar a manter a água cristalina, e mantenha a temperatura entre 26 - 28°C. Os potes que contém os machos deverão ser colocados lado a lado em estante ou prateleiras, separados por cartões de cartolina preta, que deverão ser retirados duas vezes ao dia pelo período de 15 a 30 minutos, para que possam exercitar sua belicosidade o que ajudará no desenvolvimento das nadadeiras. A água dos potes deverá ser toda trocada a cada três dias.

A partir dos três meses deverão ser alimentados como os pais e com certeza você terá conseguido manter viva uma ninhada de betinhas com uma porcentagem mínima de perda.

Procure lêr bastante a respeito da reprodução e manutenção do Betta, se não obtiver êxito na primeira vêz, tente novamente e logo conseguirá.
A respiração do Betta é feita pela via normal, branqueas, e também pelo Labirinto, que se localiza no crânio por trás dos opérculos, de cada lado da cabeça. O labirinto é composto por diversas cavidades revestidas de membranas muito irrigadas por minúsculos vasos sangüíneos Este órgão permite que o Betta respire ar atmosférico, principalmente quando a água em que vive possui baixo teor de oxigênio.

7 comentários:

  1. Ótimo artigo e também acho que a literatura sobre aquarismo deveria ser muito mais difundida no Brasil, tenho muita literatura sobre isso em alemão e inglês, mas em português quase não se acha, com quantos dias de vida eu posso ligar meu filtro hang-on no aquário dos alevinos de betta? Regulei a saída de água para um mínimo.

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  2. Sensacional 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

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  3. coloquei a fêmea ovada junto com o macho e ele ñ quis acasalar com ela, ela até foi atrás dele mais ele nem ligava pra ela oq devo fazer para ter uma ninhada dles

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    1. Mano vc deve estimular ele pois o meu tb estava assim fiz o seguinte coloquei os dois juntos sem separação neuma deixei uns 30 minutos e dps separei fiz isso uns 3 vez na semana dai ele se interessou por ela

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